sexta-feira, 17 de agosto de 2012

PAULO FREIRE-EDUCAR PARA TRANSFORMAR

FRASESPaulo Freire foi um homem de idéias e e de uma prática renovadora progressista e democrática. Suas frases, nas mais diferentes fases da sua vida, têm a capacidade de expressar a sua concepção pedagógica, ideológica, educacional, além de revelar um pouco mais da sua sensibilidade, carinho e paixão pela vida, pelo ser humano.
“Toca violão bem baixinho e canta para eu dormir.”
(Livro do Bebê in Ana Maria Araújo Freire no livro Paulo Freire: uma biobibliografia, em “A voz da esposa”)

“Na verdade, o domínio sobre os signos lingüísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o precede – a da ‘leitura’ do mundo.”
(Cartas à Guiné-Bissau, 1977.)

“A retomada da infância distante, buscando a compreensão do meu ato de ‘ler’ o mundo particular em que me movia (...), me é absolutamente significativa. Neste esforço a que me vou entregando, recrio, e revivo, no texto que escrevo, a experiência vivida no momento em que ainda não lia a palavra.”
(A importância do Ato de Ler, 1982.)

“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”
(Educação na Cidade, 1991.)

“Dai a ênfase que dou (...) não propriamente à análise de métodos e técnicas em si mesmos, mas ao caráter político da educação, de que decorre a impossibilidade de sua neutralidade.”
(Ação Cultural para a Liberdade, 1976)

“Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.”
(Pedagogia do Oprimido, 1968.)

A consciência do mundo e a consciência de si como ser inacabado necessariamente inscrevem o ser consciente de sua inconclusão num permanente movimento de busca (...).
(Pedagogia da Autonomia, 1997.)

“Aos esfarrapados do mundo e aos que neles se descobrem e, assim descobrindo-se, com eles sofrem, mas, sobretudo, com eles lutam.”
(Pedagogia do Oprimido, 1968.)

“Quando penso em minha Terra, penso sobretudo no sonho possível – mas nada fácil – da invenção democrática de nossa sociedade.”
(À Sombra desta Mangueira, 1995.)

“Devemos compreender de modo dialético a relação entre a educação sistemática e a mudança social, a transformação política da sociedade. Os problemas da escola estão profundamente enraizados nas condições globais da sociedade.”
(Medo e Ousadia, 1987.)


“Minha fala (..) estava acrescida de um significado que antes não tinha. Era, no momento (...) em que a comunhão não era apenas a de homens e de mulheres e de deuses e ancestrais, mas também a comunhão com as diferentes expressões de vida. O universo da comunhão abrangia as árvores, os bichos, os pássaros, a terra mesma, os rios, os mares. A vida em plenitude.”
(Pedagogia da Esperança, 1992.)

“Para a concepção crítica, o analfabetismo nem é uma ‘chaga’, nem uma ‘erva daninha’ a ser erradicada (...), mas uma das expressões concretas de uma realidade social injusta.”
(Ação Cultural para a Liberdade, 1976)

“Daí que os intelectuais que aderem a esse sonho tenham de selá-lo na passagem que devem realizar ao universo do povo. No fundo, tem de viver com ele uma comunhão em que, sem dúvida, terão muito o que ensinar se, porém, com humildade e não por tática, aprenderem a renascer como um intelectual ficando-novo.”
(Por uma Pedagogia da Pergunta, 1989.)

“É porque podemos transformar o mundo, que estamos com ele e com outros. Não teríamos ultrapassado o nível de pura adaptação ao mundo se não tivéssemos alcançado a possibilidade de, pensando a própria adaptação, nos servir dela para programar a transformação.”
(Pedagogia da Indignação, 2000.)


“A pessoa conscientizada tem uma compreensão diferente da história e de seu papel nela. Recusa acomodar-se, mobiliza-se, organiza-se para mudar o mundo.”
(Cartas à Cristina, 1994.)

“O amor é uma intercomunicação íntima de duas consciências que se respeitam. Cada um tem o outro como sujeito de seu amor. Não se trata de apropriar-se do outro.”
(Educação e Mudança, 1979.)

“Desrespeitando os fracos, enganando os incautos, ofendendo a vida, explorando os outros, discriminando o índio, o negro, a mulher, não estarei ajudando meus filhos a ser sérios, justos e amorosos da vida e dos outros.”
(Pedagogia da Indignação, 2000.)
Últimas palavras escritas por Paulo Freire. Referia-se ao índio Galdino, assassinado por um grupo de adolescentes, em Brasília, 1997.

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